quinta-feira, agosto 03, 2006

Vestígios de uma gota


Nos momentos mais decisivos da vida de um homem, algo sobrenatural acontece. O tudo lhe preenche e logo após esse momento, uma rajada de balas de mais alto calibre é direcionado a sua pessoa. Elas vem de todas as partes, do desconhecido, do escuro, do vivido. Lhe furam como papel, e você consegue ver vasar de si mesmo, o mais bizarro dos líquidos, vindo em todas as cores e formas, espirrando dos buracos. Sangria assustadora.
A verdade é que tal substância inspira. Eu não estava pronto para apara-la e vazou. Por mais rápido que os buracos foram preenchidos, pude sentir o tamanho poder do tal. E foi-se, como água, escorreu rápido. Um click de uma ficha no chão. Não pude aproveitar. Não pude fazer uma pintura, conto ou muito menos uma música. Esse mísero escrito foi fruto apenas de uma simpels gota, que respingou num dedo numa falha tentativa de aparar o líquido.
Dane-se a arte, pensei, e foi então que mergulhei na sensação do sentir a inspiração melar meu dedo. Não me arrependo. O excesso de ispiração acabou não produzindo nada. O que me restaram foram memórias, imagens e lembraças. Uma obra de arte só minha, onde só eu conheço o enredo e todos os personagens pelo nome. Aah, os personagens. A eles eu só tenho a agradecer. Formadores das boas lembraças que compõe essa obra de arte pessoal, única e exclusiva. Muito Obrigado!
E quando o click da moeda parou de soar, foi então que eu percebi o quão dificil é anunciar um Adeus.

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